Foram aqueles olhos fixos e o discreto sorriso que compulsivamente me despertou um oculto desejo, as palavras que me encantam e me roubam escorrem dos marcantes lábios misteriosos e tocam calmamente meus ouvidos, sinto-me preso pela presença daquela mulher, não reluto, não resisto, apenas deixo transparecer e sou invadido por aquela sensação, minha barriga treme e os olhos enchem d’água.
Meu corpo se aquece, quando as mãos dela arranham minhas costas, já não sou responsável por mim mesmo, me solto, me entrego, domino e sou dominado. Entre tapas, mordidas e gemidos, aquela mulher liberava certa espiritualidade que englobava uma espécie de gênio mutável, ela era uma e ao mesmo tempo várias, adorei isso. A delicadeza de seus movimentos se misturavam aos meus e desfrutávamos desse prazer numa sincronia tão surpreendente como se já fizéssemos isso há anos.
O que começou com apenas um “E só pra dá beijinho né?”, agora era uma fusão de espíritos, poesia e uma certa safadeza que se multiplicava involuntariamente pelos corpos e mentes envolvidos, sentimos juntos o gozo de todo esse prazer, cantarolamos canções nossas, acariciamos nossas peles, arrepiamos nossos pelos e por uma noite fomos um do outro.
Lipe..[...]
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