“A luz apaga porque já raiou o dia
E a fantasia vai voltar pro barracão
Outra ilusão desaparece quarta-feira
Queira ou não queira terminou o carnaval
[...]
Enfim...O carnaval acabou e tua
alegoria não foi o suficiente pra toda poesia que insistiu em bater, a comissão
de frente se desfez, a rainha de bateria caiu e as baianas não quiseram mais
rodar. O samba precisou ficar lento e num volume bem baixo pra que o sambista
percebesse que o erro estava justamente no carro alegórico mais bonito...A
verdade é que é fácil confundir-se com tanto confete cobrindo a visão, e por
consequência à alegoria do amor tornou-se ridícula aos olhos do sambista que
passou a ver que tudo seguia fora do ritmo.
[...] Mas não faz mal, não é o fim da batucada
E a madrugada vem trazer meu novo amor
Bate o tambor, chora a cuíca e o pandeiro
Come o couro no terreiro porque o choro começou
[...]
É...não faz mal mesmo, a batucada
nunca acaba, o samba sempre se renova e abre as portas para novos enredos mais
bonitos ainda que os anteriores. Portanto eu quero mesmo que a madrugada traga
novos instrumentos pra eu fazer meu samba, quero o sangue fervendo e o suor
descendo enquanto eu batuco para povo que nem vai entender minha dança...Se o
fogo e a gasolina estão nas mãos e o jogo perigoso combina, porque não deixar
queimar?!
[...]
A gente ri, a gente chora e joga fora o que passou. A gente ri, a gente chora e
comemora o novo amor”
Esse carnaval valeu a pena e não
teve a pressa de passar, é por isso que se ri e se chora. A diferença é que o
sambista acredita que a vida é olhar pra frente, viver o presente e o passado
ficam pros livros de história...Por acidente ele cria o titulo de seu novo
samba enredo, afina o cavaco e o pandeiro e vamos sambar!!!!!!
Lipe...[Ahhhh...não
é preciso ouvir o 10 dos juízes pra ser feliz...]
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